24 nov De entregas rápidas a transporte de torres de telecom: como a Pacer Logística construiu o seu salto de crescimento
Com faro empreendedor, sócios perceberam as necessidades do mercado brasileiro e migraram de um negócio digital para uma operadora logística.
O que levaria um engenheiro elétrico e um especialista em finanças a vender um negócio promissor na internet para criar uma empresa logística, em um mercado tão complexo e competitivo como o brasileiro? Um grande senso de oportunidade e uma boa visão de negócios. Foi assim que Alexandre Caldas e Luciano Guedes fundaram a Pacer Logística, em 2003, inicialmente como um serviço de entregas rápidas, com alguns carros e motoboys, no Rio de Janeiro. Hoje, a Pacer está presente em todos os estados do Brasil e transporta cargas bem maiores e mais valiosas, como torres de celular e equipamentos de telecomunicações, por exemplo, além de atuar na armazenagem de milhares de produtos.
Para entender esse salto da Pacer, é preciso resgatar a trajetória profissional dos seus sócios. Pouco depois de se formar em engenharia elétrica, na Bahia, Luciano Guedes atuou na equipe comercial da Siemens naquele estado, onde vivia desde a infância. “Essa experiência – que durou de 1990 a 1998 – me mostrou que engenheiros podem ser ótimos vendedores em alguns setores, pelo conhecimento técnico que possuem”, lembra.
Ao mesmo tempo, Guedes também exercitava sua veia empreendedora, gerenciando negócios agropecuários de sua família, no Sul da Bahia, e até abrindo uma escola em Salvador.
No final dos anos 90, de olho nas oportunidades da internet, que estava apenas começando, Guedes ingressou no primeiro MBA em Negócios Digitais, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Na capital fluminense, o engenheiro foi apresentado ao jovem carioca Alexandre Caldas, que acabara de abrir uma empresa de e-commerce, depois de concluir sua formação em Finanças, em Nova York.
Paralelamente, Caldas também assumiu a presidência da Companhia Municipal de Administração Portuária de Arraial do Cabo, na região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro.
A atuação simultânea no comércio eletrônico e no setor de transportes de cargas o ajudou a entender o cenário que estava por vir: com o avanço da economia digital, o grande desafio seria vencer o gargalo da logística.
Foi a partir dessa visão que Caldas resolveu vender seu negócio na internet e, em sociedade com Guedes, criar a BS Logística, que seria o embrião da Pacer. Registrada em 8 de setembro de 2003, a nova empresa nasceu como uma franquia de entregas rápidas, mas já com a vocação logística em seu nome.
“Nosso primeiro desafio era atender a cidade do Rio com a mesma eficiência em todos os bairros, o que não existia até então”, lembra Caldas. “Rapidamente, nos tornamos a melhor franqueada do país neste serviço. Em qualquer ponto da cidade era possível ver as nossas motos, carros e furgões circulando”, recorda.
Primeira evolução
Os planos da empresa, no entanto, eram maiores. “Nosso objetivo sempre foi atuar como um operador logístico completo”, relata Luciano Guedes, que logo tratou de cursar também um MBA em Logística.
A evolução foi natural. Apenas três anos depois de fundada, a BSL se tornou Pacer Logística e passou a oferecer também serviços de transportes de cargas.
Com ousadia e planejamento, a Pacer impressionava. “Para um de nossos principais clientes na ocasião, montamos, em somente 40 dias, uma operação complexa de entrega de móveis e utensílios domésticos no Rio de Janeiro, contratando 120 pessoas”, conta Luciano Guedes.
Em 2009, com apenas seis anos no mercado, a Pacer abriu sua primeira unidade em São Paulo. No ano seguinte, a operadora logística ingressou no setor de telecomunicações, oferecendo seu primeiro serviço de armazenagem para a GVT, em Sorocaba.
A partir daí, o crescimento da Pacer se acelerou. Em 2012, a empresa diversificou suas operações de transportes, para cargas fechadas e fracionadas, abriu filiais em outros estados e obteve sua licença para operações com cosméticos.
Nos cinco anos seguintes, a Pacer passou por um forte processo de profissionalização da gestão, com a formação de um Conselho de Administração, e investimentos em tecnologia, implantando ferramentas como WMS (Warehouse Management System) e TMS (Transport Management System).
Na contramão da crise
A experiência de Caldas e Guedes como empreendedores em outros negócios também os capacitou para lidar com crises. Por isso, ao perceberem os primeiros sinais de desaceleração da economia, ainda em 2013, eles já começaram a preparar a Pacer para um mercado mais restritivo.
“Reduzimos custos e otimizamos processos, sem comprometer a qualidade dos serviços, e investimos no capital intelectual e nos recursos que impulsionam os resultados da empresa”, revela Luciano Guedes.
Assim, enquanto o Brasil passava pela maior recessão de sua história, a partir de 2014, a Pacer continuava crescendo ano a ano, oferecendo aos seus clientes a oportunidade de ganhar eficiência operacional por meio da logística.
Pronta para avançar
Hoje, a Pacer é uma operadora logística reconhecida por sua flexibilidade e capacidade de desenvolver soluções customizadas para empresas de todos os portes, em diversos setores: de telecomunicações a cosméticos, passando por alimentos, eletrônicos e outros.
Com sede em São Paulo e 28 filiais em todo o Brasil, a Pacer é um provedor completo na cadeia de suprimentos, com operações em transportes, armazenagem e gestão de peças de reposição.
Ao completar 15 anos de atuação no mercado, em 2018, a Pacer reformulou sua identidade e adotou o slogan “Movidos pelo seu desafio”, que retrata o seu perfil de cooperação com os clientes.
Agora, a Pacer está pronta para avançar ainda mais, como operador certificado pela Anvisa para o transporte de medicamentos, e com atuações diversificadas no setor de telecomunicações, que devem ser anunciadas em breve.
“O futuro nesta área será promissor, com o 5G entrando fortemente no Brasil, e nossa experiência no segmento pode ajudar as empresas que implantarão essas redes”, afirma Alexandre Caldas.
Mais uma vez, a Pacer aposta na visão de oportunidades que conduziu sua história de sucesso até aqui e aposta que novos saltos de crescimento estão por vir.